Como escrever o meu adeus? (Jim Warren)
Fico pensando se
todas essas palavras, essas histórias, esses contos, esses personagens... Se todo
esse mundo mágico valeu a pena.
E para minha grande
satisfação, chego a acreditar que sim. Nem todos os momentos foram fáceis. Vasculhei
corredores sombrios para tentar descobrir a própria essência do acaso, acendi
velas que iluminaram os segredos lendários. Corri de medo, beijei com amor.
Fugi da mentira. Destruí a verdade em cacos. Senti a fantasia penetrar a
inexistência e descobri que posso imaginar inimagináveis situações.
Flutuei no mundo e
usei as máscaras das minhas dezenas de personagens.
Senti ardência em
meus pensamentos ao publicar cada Mensagem, viajei pelo poema sinistro de Candelabro e pelo poema de esperança chamado Conquista. Sozinho, pedi Perdão para o Vazio. Desejei Infeliz Aniversário para os meus inimigos, no ano novo
disse Dois Mil e Tudo aos meus amigos. Tentei me esconder de Zlobu naquela terrível
aventura que muitos dizem que foi bom. Aliás, foi o primeiro grande sucesso do
blog.
Falei de amor em Se
eu te amar e Sentimento Implacável. Fiquei sem palavras com as Lembranças que
tive com Mariana, minha amada amiga. Depois disso, percorri caminhos de reflexão
sobre a vida e sobre o passado, fiquei brincando com os leitores sobre o
verdadeiro significado do termo “Sangue Azul’”, muito utilizado na Idade Média.
Acabei sufocado num
mundo de incertezas, tive medo, cheguei a pensar em desistir. Até o momento em
que vislumbrei uma Fita Vermelha presa no cabelo da garota que trouxe Encantamentos para a minha vida e que irradiou Luz ao meu Coração Amaldiçoado.
Vivi Sonhos de Inverno, ela me presenteou-me em Meus Dezenove Anos com uma
Infinita Escuridão ao dizer-me que eu precisava participar do Duelo dos Amantes
para conquistar a sua mão. Esse momento marcou a nossa Despedida, queria me
matar com os Espinhos das flores do jardim. Ficava pensando na famosa frase “Ser
Ou Não Ser”. De uma hora para outra a minha vida não fazia mais sentido.
Sem você, minha
deusa. Para alegrar as minhas noites, para beijar os meus lábios. Para dizer
que me ama. Sofri uma forte angústia no peito, e resolvi compor a Serenata da
Desilusão na Rua Netuno, 1993.
A cada dia que
passava, eu sentia mais falta das nossas histórias. Às vezes ficava olhando
para o Espelho e me perguntava se eu era mais bonito que o “Don Juan” que a
tirou de meus braços.
Rastejei pelo chão
como um homem miserável. Observei o Tic-Tac do tempo aos poucos me matar. Porém,
as forças divinas foram boas ao mandarem um caminhão passar por cima do meu
corpo e me destruir. Minha alma foi algemada pelo Assassino da Mente e levada
para a Carruagem Invisível que me deixou Pisando no céu.
Lá um anjo
descobriu os meus pecados, e fez questão de me crucificar como O Vilão da nossa
história. Condenado a vagar pela Estrada da Perdição, tirei do meu bolso uma
cartola mágica que se fosse verdade, levaria a minha mente para a Lembrança dos
Balões e confirmaria o primeiro ano dA Nossa Morte.
Quero agradecer por
cada frase, por cada palavra, por cada momento de insanidade. Esses cinquenta e
dois textos podem ter ficado no passado, mas eles dificilmente deixarão as
minhas lembranças. Pretendo guardar todos no meu inconsciente.
“Eu possa me dizer
do amor ( que tive):
Que não seja
imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito
enquanto dure.”
( Vinicius De Moraes, Soneto de Fidelidade)