Vermelho sangue e
olhos azuis
Nus perante a
platéia em êxtase
Deslizam pele sobre
pele.
Tato a tato.
Soltando faísca e
aumentando a fumaça
Do enigma grudado ao
pensamento
Das calças dos
homens
Empinadas por seus
desejos
E mesmo se fechar os
olhos
A imagem continuará
em plena perfeição
Nua, límpida, melhor
do que a real
Criativa.
Não há mais
adversários,
Só seus lábios
sensuais a procura dos seus,
Fios de cabelo deslizando
por seu peito
Panos deslizando
pela cama,
Em movimentos
serenos.
Aos poucos as peças
se encontram
Como tantas que já
desfrutaram
Da alma de seus
odores puros
Da alma de sua
incompreensível podridão.
Mas nada disso
importa.
Vocês estão juntos,
Unidos por esse laço
Infindável, infinito,
transbordante
Ao sentimento humano.
Nesse exato momento,
Em que não se sabe
quem é quem
Desfrute o beijo
molhado
Os arranhões,
carícias e confissões.
Faça com corpo e
alma,
Latente, sensual e
precisa
Buscando alcançar a
satisfação
Do infinito,
E a certeza de que é
real
Puro e verdadeiro.
E quando vocês
sentem que chegou ao fim
Eis que a culpa
surge ao leve átimo
E a procura pelas
portas parece precisa
Para revelar a fuga que
os permeia
No jardim de tantos
risos adolescentes
No mergulho de
tantas ondas indecentes
E de repente você
consegue entender
O estranho,
Na lareira perto das
chamas
Brindando ao amor e
a compreensão
Da vida sem mocinhos
e sem vilões.
E você se sente bem
Com os braços
estendidos ao mundo
Respeitando as
normas do jogo
Pulando de dez
metros de altura,
De cem, de mil.
Não importa.
Porque você entende
Que o lugar mais
alto do mundo
Habitado por velhos
anjos
Sempre teve espaço
pra vida
E pra morte dos que
ainda não foram.
E que o lugar mais
baixo do mundo
Sempre teve espaço
pra morte
E pra vida dos
que já foram!
Um comentário:
Muito bom!
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