“ Caminhos paralelos, inversos, cruzados, perdidos. Entre
eles havia um ponto em comum, pessoas. Elas andavam pelas ruas perdidas, sem
tempo e cegas.
No caminho havia
arte, beleza, paisagem, vida. Porém, eram simplesmente esnobados pelo ruído dos
celulares, pelos pensamentos perturbadores, pelo medo. Na bolsa carregavam mil
e uma utilidades, dentro do peito apenas um vazio.”- Estamos sem água- gritou o chapeleiro maluco no país das maravilhas.
Nem os loucos ouviram.
Dois anos atrás o chapeleiro gritou:
- Estamos sem água- e todos riram.
Desesperado, em uma das festas da corte ele disse:
- Heráclito disse que uma pessoa não pode se banhar duas vezes no mesmo rio- disse entre soluços depois de tantas xícaras de chá- Mas, sem água, como iremos nos banhar?
- Não precisa se preocupar- disse o coelho branco- Continuamos os mesmos desde a pré-história. Coloque um galão de água no meio do deserto com três pessoas e veja se não teremos sangue após algum tempo.
Bêbado, o Chapeleiro sorriu e apontou o dedo para o coelho branco.
- Que forma pess... – um arroto – pessimista de ver as coisas. Você está querendo se desculpar de toda essa situação, colocando a culpa na ignorância da humanidade? E a solução? Não pensaremos em nenhuma?
- Desculpa- o coelho olhou para o relógio- Estou atrasado.
Começou a chover.”
Vi brilho nos olhos, felicidade, alegria...
Parecia que você era a pessoa mais importante do mundo...
Por alguns minutos mágicos...
Queria falar com você...
E simplesmente sugar todos esses sentimentos...
Jogar-te num quarto escuro, com músicas tristes e fotos aterrorizantes...
Acariciar os seus cabelos...
Te por pra dormir.”
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