11 de set. de 2012

Duelo de Amantes


Não sei quem encantou quem primeiro. Enquanto eu corria em busca do seu olhar e me perdia no mistério das escadas quebradiças de Hera, uma voz da garota de vermelho se pronunciou e terminou a hipnose daquele momento. Confundido pelos segredos pertinentes da moça de rubi, busquei abrir todas as portas da sedução e foi ai que me perdi num deserto gelado de confusão.
Primeiro, eu sabia que estar com a sedução era um instante de puro prazer e que mais tarde era a outra que eu iria escolher.
Segundo, a outra podia nesse meio tempo selar seu destino amoroso, me fazendo ficar eternamente atrás das cortinas do espetáculo, chorando com a peça e procurando entender onde minhas falas se perderam no teatro do renascer.
Com esse dilema em jogo, tentei me desvencilhar de todas as tentações que a garota de vermelho me causava, só que o fogo consumia o meu corpo sempre que ela me tocava, parecia que essa paixão queimava aos poucos toda a minha razão, até o dia em que ela resolveu me deixar e foi para o inferno conquistar.
Sem essa chama, fiquei com uma lanterna em meio á escuridão e subi correndo as escadas da vida procurando chegar a tempo da peça começar.
Só que quando eu cheguei fiquei paralisado com a cena, a lanterna aos poucos foi caindo entre meus dedos, meu amor saiu do meu controle, o coração escapou. Vislumbrei em sua boca uma rosa, e outro rapaz beijando seus lábios de verão.
Com a cabeça baixa e olhando o corredor repleto de tristeza e empecilhos, chorei pelos momentos de prazeres que consumiram tudo o que eu tinha.
Com a cabeça erguida e olhando o palco repleto de felicidade e leveza, peguei o lenço da minha amada que havia caído no chão, virei ás costas para uma vida de certezas!

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei bastante! beijos

Mari disse...

Ficou tão bonito que eu não me contentei em ler apenas uma vez...
Adorei, ficou muito bom!

Postar um comentário