10 de mar. de 2013

Se Fosse Verdade


  "Prefiro jogar a capa da invisibilidade sobre as inúmeras lágrimas e infelicidades. Voar por corpos ardentes de paixão que jorram desejo e sedução. Costurar laços confusos que merecem perdão."

  Os contos de fadas encantaram muitas crianças e adultos. Um príncipe esmerado que diz palavras doces. Uma princesa indefesa aprisionada na torre mais alta do castelo e vigiada por um dragão. Caudalosa idealização do ser humano, sem erros, perfeito como naquele final alucinante em que a espada do príncipe consegue cortar a garganta do dragão. Os seus lábios triunfantes beijando os da mocinha anunciando o campeão.
  A nossa realidade está anos luz atrás dessa fantasia de mau gosto, que só serve de diversão. A mulher muitas vezes sofre com o príncipe absolutista arquitetado por Maquiavel. Vivemos num mundo em que o amor pode virar ódio em questão de segundos, onde as juras de amor podem se transformar em marcas de força bruta, exercida numa pele lisa, que poderia ser beijada por um milhão de poetas apaixonados que vivem em solidão.
  Não quero trazer desilusão aos olhos de ninguém. Alguns casais devem mesmo viver contos de fadas contemporâneos, com muitas brigas e muito amor. Um jogo em que vivemos ganhando e perdendo, errando e aprendendo.
  O amor é uma forma altruísta de viver a vida, pensar mais no bem de outra pessoa do que nas próprias vontades. E se fosse verdade...
  Alguns acreditam naquele febril sentimento em que pensamos na pessoa amada a cada segundo.
  Outros não acreditam nesse intenso sentimento que pode causar violência, ódio e frustração.
  O índice de casais que se separam só aumenta. Está na hora das mulheres pararem de procurar um príncipe em cada homem, e do homem parar de procurar uma princesa em cada mulher. Afinal, príncipes e princesas também possuem defeitos terríveis, e do seu namorado ou namorada podem ser mais fáceis de compreender.
   Os contos de fadas terminam com o primeiro beijo, mas tudo começa com o primeiro beijo, o amor, as diferenças, as brigas, as confidências...
   E quando o padre disser:
   -Eu os declaro marido e mulher.
   Que seja sincero como aquele sim de duas pessoas que planejam uma vida feliz, filhos e companheirismo até que a morte os separe.
   Prefiro acreditar nas pretensões desses sonhos e dizer para o noivo:
   - Pode beijar a noiva.
   Selando o início de uma nova vida, com algumas brigas, dificuldades e um final feliz!

4 comentários:

Raquel disse...

Muito bom!

Mari disse...

Ficou ótimo!

Raquel disse...

Belíssimo!!!! Amei esse Gui!!! *-*

Luiz Fellipe Torrano disse...

very good keep going!!!

Postar um comentário