Assoprando as velinhas
Era um tempo feliz
Que nunca mais vinha.
Quando fiz o desejo
Eu queria se adulto
Acabei cuspindo no bolo
E ficando de luto.
O passado traiçoeiro
Deixou-me na corda bamba
Quando criança era fácil
Acabar tudo em samba.
Eu fui muito feliz
E a página virou
Foi no próximo capítulo
Que o meu mundo desmoronou!
De um menino divertido
Para um garoto assustado
O tempo passou
E eu voltava ao passado.
Queria ser quem não fui
Sofri muito por amor
Lembro dos dias que chorei
Por não expressar minha dor.
Não foi um amor qualquer
Foi um amor universal
Faria tudo de novo
Sem pensar no final.
Nem tudo foi trágico
Vivi dias de rei e diversão
Não sei se era real
Não sei se era ilusão!
Como pude esquecer você?
Meu menino angelical
Se perdeu no sol e na lua
Na confusão de um mortal!
Seria uma morte?
Por que não teve enterro?
Sua alma foi embora
Com o negro nevoeiro.
Quando criança um adulto
Quando adulto uma criança
Foi tirado a minha bagunça
E o sorriso de esperança.
No labirinto do coração
Passa a hora, passa a hora
O coelho vem correndo
E se tiver que ir embora?
Não quero nem pensar
Naquela morte abstrata
E se tivesse acontecido?
Minha carta era marcada!
O revólver não disparou
O que seria de mim?
Se tivesse disparado,
Chegaria logo o fim!
Como eu posso amar
O vilão e a mocinha?
Sempre estive ao seu lado
Nunca te deixei sozinha!
Acordei com barba e alto
O gosto da bala sumiu
Acordo procurando a criança
Que a tempos já partiu.
Agora estou com medo
Não quero descobrir a verdade
É melhor ficar na mentira
Fora da realidade...
Foi na hora do espanto
Que comecei a escrever
Por favor feche a cortina
O espetáculo ninguém vai ver.
Saí daqui, fechei a porta
Por favor pare de ler
Vou trancar o meu portão
E lá em casa me esconder.
Pare de me seguir
Com esse olhar aterrorizante
No vale vejo a sombra
Dos pesadelos mais marcantes.
Não tenho mais força
Estou morrendo sufocado
Por favor me estenda a mão
para eu estar ao seu lado!
Sua beleza, sua vaidade
Rastejando pelo chão
Apodrecendo o orgulho
E essa face de machão.
Cade aquela criança?
Onde está a inocência?
A bondade foi embora
E ficou a violência.
Ando pelas ruas
Diariamente na mesmice
As vezes falo besteira
Outras falo tolice.
Ninguém pode saber
Dessa fraqueza parcial
Quando perguntam se estou bem
Abro um sorriso, estou normal!
2 comentários:
Parabéns!! Um belo poema!
Muito bom Gui!!!
Postar um comentário