5 de jun. de 2012

Lembranças

  Na infância te vi
  Assoprando as velinhas
  Era um tempo feliz
  Que nunca mais vinha.

  Quando fiz o desejo
  Eu queria se adulto
  Acabei cuspindo no bolo
  E ficando de luto.

  O passado traiçoeiro
  Deixou-me na corda bamba
  Quando criança era fácil
  Acabar tudo em samba.

  Eu fui muito feliz
  E a página virou
  Foi no próximo capítulo
  Que o meu mundo desmoronou!

  De um menino divertido
  Para um garoto assustado
  O tempo passou
  E eu voltava ao passado.

  Queria ser quem não fui
  Sofri muito por amor
  Lembro dos dias que chorei
  Por não expressar minha dor.

  Não foi um amor qualquer
  Foi um amor universal
  Faria tudo de novo
  Sem pensar no final.

  Nem tudo foi trágico
  Vivi dias de rei e diversão
  Não sei se era real
  Não sei se era ilusão!

  Como pude esquecer você?
  Meu menino angelical
  Se perdeu no sol e na lua
  Na confusão de um mortal!

  Seria uma morte?
  Por que não teve enterro?
  Sua alma foi embora
  Com o negro nevoeiro.

  Quando criança um adulto
  Quando adulto uma criança
  Foi tirado a minha bagunça
  E o sorriso de esperança.

  No labirinto do coração
  Passa a hora, passa a hora
  O coelho vem correndo
  E se tiver que ir embora?

  Não quero nem pensar
  Naquela morte abstrata
  E se tivesse acontecido?
  Minha carta era marcada!

  O revólver não disparou
  O que seria de mim?
  Se tivesse disparado,
  Chegaria logo o fim!
 
  Como eu posso amar
  O vilão e a mocinha?
  Sempre estive ao seu lado
  Nunca te deixei sozinha!

  Acordei com barba e alto
  O gosto da bala sumiu
  Acordo procurando a criança
  Que a tempos já partiu.

  Agora estou com medo
  Não quero descobrir a verdade
  É melhor ficar na mentira
  Fora da realidade...

  Foi na hora do espanto
  Que comecei a escrever
  Por favor feche a cortina
  O espetáculo ninguém vai ver.

  Saí daqui, fechei a porta
  Por favor pare de ler
  Vou trancar o meu portão
  E lá em casa me esconder.

 Pare de me seguir
 Com esse olhar aterrorizante
 No vale vejo a sombra
 Dos pesadelos mais marcantes.

 Não tenho mais força
 Estou morrendo sufocado
 Por favor me estenda a mão
 para eu estar ao seu lado!

 Sua beleza, sua vaidade
 Rastejando pelo chão
 Apodrecendo o orgulho
  E essa face de machão.

  Cade aquela criança?
  Onde está a inocência?
  A bondade foi embora
  E ficou a violência.

 Ando pelas ruas
 Diariamente na mesmice
 As vezes falo besteira
 Outras falo tolice.

 Ninguém pode saber
 Dessa fraqueza parcial
 Quando perguntam se estou bem
  Abro um sorriso, estou normal!

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns!! Um belo poema!

Luiz Fellipe Torrano disse...

Muito bom Gui!!!

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